JOANA ANGÉLICA MACEDO OLIVEIRA
EDUARDO HENRIQUE PASSOS
Experimentamos intensas mudanças econômicas, políticas, sociais e
culturais que vêm produzindo uma nova forma de poder mundial.
São transformações de extrema importância para a constituição de novas
políticas de subjetivação que estão em exercício no contemporâneo.
As discussões tecidas por alguns autores como Foucault, Deleuze, Guattari,
Hardt, Negri, Agamben, entre outros, ressaltam modulações contemporâneas
de um exercício de poder que se capilarizou com o alisamento
do socius, controlando os fluxos de produção da sociedade e
pondo-os a favor da lógica de mercado. Identifica-se como efeito dessa
axiomática mercadológica do capitalismo mundial integrado transformações
político-sociais nas quais o poder se exerce como um biopoder,
pretendendo não mais capturar a vida, mas a dimensão pulsional do
viver. Nesse exercício dinâmico do poder, gostaríamos de chamar a atenção
para o perigo de uma modulação da relação de tutela operada pelo
manicômio para o controle da subjetividade que pode estar sendo constituído
no processo de desinstitucionalização da loucura, especialmente,
nos serviços substitutivos de saúde mental (Caps). (…)